Um anônimo APAIXONADO
Ela,
Não quis ser “Bela”,
Também não se reconheceu na Cinderela,
Sentou lá no fundo do busão,
Enquanto olhava pela janela,
Tirou da mochila um pão,
Que fez em casa pela manhã,
Pra se sustentar,
Firme,
Forte,
Aguerrida,
Divertida,
O que ganhava,
Pouco destinava a sua comida,
Atrevida,
Não quer ser recatada,
Trancafiada,
Numa calça apertada,
Nem ficar calada,
Frente a tanta injustiça,
Que depende da política atrasada.
Tampouco quis ser do lar,
Só limpar, cozinhar e esperar,
Enquanto o mar,
A convida a navegar,
Explorar,
Auxiliar,
E convidar,
Àquelas Manas,
Que estão do outro lado da rua,
Enquanto as vê pela janela do ônibus,
E atravessa a cidade,
Maior,
Ou a menor,
No seu trajeto,
Só senta a seu lado,
Se souber puxar um papo,
Sobre o que quiser,
Nada do que um bom dia não inicia,
Uma amizade,
De verdade,
E ser mais um,
Que ela cura com seu sorriso,
Infinito,
E livre.
Bonito!
Poder ser chamado de amigo,
Por aquela,
Que um dia vi passar pela janela,
Do busão,
Apressado,
Que perdi,
E fiquei atrasado,
Na vida,
Hoje só me cabe observar,
E aprender a praticar,
Com suas lutas,
Que visa acabar com as divisões,
De fato,
Tirar todos que foram colocados na beira,
E inseri-los no Centro,
Se assim quiserem,
GUERREIRA!
Minha admiração, amor e respeito,
Do meu jeito,
Escondido,
Anônimo.



