Julgamento do feito, com defeito!

 Hey Senhor Doutor,

Data vênia hoje em dia?

Mas que falta de contexto!

Tú já leu a Magna Constituição?

Lá diz que o Senhor é igual a mim e meus irmãos!

Por que é que tenho que ficar com essa patifaria?

Cheio de trejeitos e esconder minha correntinha?

Sou gente e tenho minha etnia,

O Senhor sabia?

Tento argumentar e tudo que sabe falar é que a história devo respeitar!

Fala bonito porque está sendo filmado,

Mas e se estivéssemos só eu e você, aposto que ia me ofender,

Seu olhar diz tudo,

E suas manifestações mais ainda,

Tem nojo da minha gente, pobre e sofrida,

Que pega trem lotado, que come lanche amassado,

Do pão que saiu ontem a tarde e já está esfarelado!

Na mão da minha mãe,

Que limpa banheiro para os seus sentar,

Ninguém quer apertar!

Têm medo de se contaminar!

Sabe o que eu queria?

Exercer minha rebeldia e te mandar pra casa da “Maria” que te pariu,

Com toda sua covardia e hipocrisia,

Porque só sua mãe é pura,

Já a minha...hã...

Nem preciso rimar pra sua memória refrescar,

Daquele seu comentário...

Pensa que sou otário?!

É... vamos lá!

Eu sei que se esconde atrás desse preto terno chique,

Mas Deus que me livre!

Ir pra faculdade e virar um abutre,

Que só espera a carnificina virar rotina,

Pra ganhar uma grana,

E fazer fotinhas nas Ilhas Maldivas,

As custas das vidas tiradas!

Seus “amigos” nem se fala,

Pelas costas te apunhala,

Mas você nem liga,

Tá acostumado com essa vida de mentira,

Posso te apresentar o mundo,

O meu mundo,

De Amor,

De respeito,

A essas horas não tem jeito.

Você só sabe o dinheiro farejar...

Não importa o que tenha que doar.

Mas te digo uma coisa,

Para Meu Jesus, sempre é tempo de se arrepender,

E em uma luz infinita querer viver!

Pro lado de cá as coisas parecem sofrida,

É só por causa dessa gente esquisita,

Que insiste em tentar, do centro nos afastar!

Desde a colonização...

HOJE temos informação,

E o centro já não nos interessa mais!