Sintética! Uma abordagem sobre o que entendi...
O vídeo See
how the rest of the word lives, divulgado na plataforma do TED no You Tube,
expõe, através da metáfora da organização das residências em determinada rua,
os níveis e desigualdade da pobreza e da riqueza no mundo, conforme os padrões
de consumo em alguns países onde o sistema de produção capitalista alcançou a
hegemonia. Em análise ao vídeo, aos textos e aulas ministradas na disciplina de
Meio ambiente, economia e sociedade pelo Professor Igor Catalão, é possível
identificar que os principais e mais intensos movimentos do capitalismo a nível
global e o papel do Estado em nivelar as desigualdades implantadas por este.
O grande protagonista desta crítica é o
movimento monopolizador de mundialização capitalista, que estuda
deliberadamente estratégias e meios de explorar não só a mão de obra mas também
a sociedade consumidora, desde a Revolução Francesa, com o objetivo principal
de permanecer no poder centralizador e acumulador de riquezas, sem se importar
com as características, cultura, forma de organização e política dos povos
originários de onde se instala.
Os estudos nos elucida que o capitalismo nasce
com os impulsos dos ideais, outrora defendidos na Revolução Francesa, de
emancipação da monarquia, que somente alcançou poder pois conseguiu convencer a
massa de camponeses, a parte mais fraca e de maior volume, não destinatárias
dos direitos de igualdade e liberdade cogitados pela burguesia, e desta forma
lutarem lado a lado pela queda da monarquia e nascimento do Estado-nação. A
partir daqui países no mundo todo passam a se inspirar na França, como ocorre
no Haiti.
Outro elemento marcante que apoiou o domínio
capitalista e tornou a Europa o centro mundial do comércio e indústria, foi o
avanço científico e a criação da máquina a vapor no século XVIII e XIX. Somente
com o pós-guerra, período em que a Europa fica arrasada, concomitantemente com
os Trinta Gloriosos, com o advento do Fordismo (produção em massa e em esteira
industrial, aqui o principal condutor do trabalho são as máquinas) nos Estados
Unidos e a instauração do estado de bem-estar no mundo pelas ações
estadunidenses, é que o cenário de domínio econômico, religioso, bélico e
político da Europa começa a mudar.
As estratégias do Estados Unidos, no
Fordismo, Taylorismo, sistema Just in time de mecanismos de desmembramento da
produção dos mais diversos bens de consumo para explorar os territórios onde se
instalam, dentro sistema hegemônico capitalista, possibilita a elevação do
valor social desta região, com investimento em ciência e tecnologia suficientes
para que o que ali for produzido passe a compor toda a cadeia de fabricação de
bens ainda maiores, desde que o domínio técnico e estratégico permaneça sob o
seu controle.
No entanto, também é perceptível que a
existência de um Estado liberal com normas enfraquecidas possibilita o avanço
do capitalismo em todas as esferas da sociedade, o que resulta no aumento da
faixa da pobreza, desemprego, miséria, fome, analfabetismo dentre muitas outras
deficiências, haja vista que, apesar de explorar da mão de obra qualificada o
único objetivo dos grandes capitalistas é de reverter os estudos e outros
avanços sociais em benefício de seu domínio.
A metáfora utilizada pela apresentadora Anna
Rosling Rönnlund é crucial para expressar as desigualdades sociais, econômicas
e políticas do processo de Mundialização do sistema capitalista, onde apesar de
pertencerem a países diferentes, é assustadora as semelhanças encontradas entre
os hábitos de consumo das famílias fotografadas.
Em sua natureza, os movimentos que o capitalismo
promove para globalizar suas ações no espaço e no tempo histórico, sempre
almejando a expansão, trouxe incontáveis retrocessos do ponto de vista social,
humano e legislativo, de tal modo, é necessário um imenso arcabouço jurídico de
normas e estratégias políticas para enfraquecer os efeitos maléficos e
catastróficos do ritmo acelerado e das proporções desmedidas que a globalização
das técnicas capitalistas alcançam, que apesar de suas crises constantes nos
períodos em que se instalou, sempre encontra outras faces, espaços e bens para
explorar.
Apesar de ser o maior e mais duradouro sistema
de produção que esteve registrado nos livros de história, assim como em todos
os demais a balança fica extremamente desigual em algum momento ou lugar
comparado a outro onde atuam. Os sistemas de produção nunca olharam para o ser
humano, para questões sociais, distribuição de renda e direitos inerentes a
sobrevivência, mas em nenhum outro momento da história, o irmão gêmeo do
Capitalismo, o Estado Democrático de Direitos, atuou tanto para tentar conceder
aos seus destinatários, ainda que em longo prazo e em vertigem para alguns, o
alcance a bens jurídicos necessários a sobrevivência.
Mas ainda é pouco seu moço!
Sei que está vendo aí de cima,
Eu ir na padaria todos os dias,
Só que só tem um pãozinho do meu saco.
E você não vê a goteira no barraco,
E que meu único casaco tá furado.
Direitos não é caridade do Estado,
É Obrigação!
Meu marido vive embriagado,
Minhas filhas espancadas,
E os neurônios da gente queimados,
Como é que vamos pensar?
Faculdade Federal?
Nem a pau!
Sem internet,
Sem computador,
Sem esperança,
A única coisa que aumenta é a dor,
De uma mãe,
Com uma escova de dente pra dividir pra seis,
Nem sorri mais.
Assim como o quilo de salsinha,
Seis pessoas,
Seis semanas,
Duas refeições,
Por dia.
Essa é a matemática.
E sem CEP ninguém contrata minhas meninas,
Tão sábidas!
Mas no fundo no fundo,
No fundo,
Do subúrbio,
Eu agradeço,
Pois minha mãe não questionava nem meu pai,
Imagina o Estado.
Aqui eu vou,
Porque já falei muito,
Meus devaneios bobos,
Que sonharam um dia com a equidade,
De dar pra minhas filhas o que nem sabia que existia,
Direito de comer.
Este
texto foi fruto da atividade aplicada na disciplina de Meio ambiente, economia e sociedade no
curso de Letras- Português e Espanhol da Universidade Federal da Fronteira Sul,
ministrada pelo Professor Igor Catalão, o qual solicitou que desenvolvêssemos
um comentário sobre o vídeo acima apresentado e o relacionasse com os textos e aulas desenvolvidas.


