Como é bom lembrar
Eu queria era fazer um bolo,
Tentei lembrar a receita de cabeça,
Mais parecia um tolo,
Juntando ingredientes,
E guardando,
Os ingredientes,
Que pensei não precisar mais,
Desisti.
Resolvi assar o pão de anteontem de manhã,
Pra fazer boas e crocantes torradas,
Cortei em fatias,
Espalhei na formar,
Cinco "pão",
Deu um montão,
Cortei bem fininhas,
Não preaqueci o forno,
Então demorou mais,
Mas que cabeça fraca,
Não me lembro mais de coisas simples,
Marquei no relógio,
Liguei a radiola,
Foi então que vi passar pela janela,
Uma enorme rabiola,
Aqueles movimentos no vento prenderam a minha atenção,
Quem será que inventou aquilo?
Que bonito, não é mesmo?
Foi aí que o conheci,
Peter Lynn,
A cultura militar chinesa,
Depois fiquei sabendo que o Benjamin,
Olhando pra ela,
Não se esteva na janela,
Inventou o para-raio,
Nesse mesmo dia que estamos,
Não é incrível?
Interessante!
No mínimo intrigante!
Eu não sei digitar muito bem,
Então clico no "microfoninho" da pesquisa do Google,
Solto a voz,
E voilà!
Lá está!
Tudo o que me ponho a perguntar!
É fascinante!
Parece que eu adormeci uns dois mil anos,
Ou mais,
Não consegui acompanhar a evolução tecnológica,
Nem de um clube ou associação participar,
Para os amigos me atualizar,
ÊTAAAA!
O pão!
UFAAA!
TÁ BAUM!
Quentinho...
Agora só preciso de um pretinho,
Pra acompanhar,
Botei a água pra ferver,
E mais uma vez esqueci de açúcar comprar!
MAS QUE DIACHO!
Tenho mesmo que anotar!
TUDO!
Minha cabeça voa mais alto do aquela pipa,
Tão BONITA!
MINHA NOSSA!
Vou tomar o café assim mesmo!
Sem adoçar!
É só pra mim mesmo!
HEY!
Posso um pedaço de chocolate usar,
Huuuum...
Que delícia!
Adoçar café com chocolate,
Acompanhado de torradas quentinhas na manteiga de milho...
Nossa!
Não sei como não engordei tanto,
O quanto minha mãe previu,
Há há há,
Acho que é de tanto que eu bato perna.
Ooh minha mãezinha,
Não precisa se preocupar,
Eu vou...
Opa,
Eu estou me cuidando!
Só Deus sabe por onde eu ando,
Mas eu ando!
Há há há!
Apesar de estar tudo tão estranho!
Eu tô bem!
Viu!
Na próxima eu faço um chá,
Que tomo sem adoçar!
Saudades do meu pai,
Que se foi com minha mãe,
Ele não deixava o doce faltar,
Eram balinhas no bolso,
Pé-de-moleque no armário,
E açúcar no pote,
Sempre cheio,
Que eu nem via a reposição,
Era sempre do meio pra cima!
E as receitas de bolo?
Eu joguei tudo fora,
As vezes eu uso essa que tem na internet,
Mas eu gosto mesmo é do bolo da Vó,
Aquela receita "num" tem erro!
É boa demais!
Sequinho por fora e macio por dentro,
Esse cheirinho de café,
Esse gostinho da manteiga de milho,
Me fazem viajar,
Lá no passado,
Quantos lugares eu me encontrei com o café,
Tomava sentado ou em pé,
Do jeito que der...
É bom lembrar,
Parece que a gente revive,
Obrigada tempo,
Por me deixar dançar,
Em ti...
Como aquela pipa,
Que voar alto,
Mas que está sempre sendo conduzida,
Por Deus,
Para lá,
E para cá.



