Abelha, Abelhinha

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Abelha,

Abelhinha,

Abelha Rainha,

Abelhão,

Abelhuda,

Que circula,

Que vem me cumprimentar,

Que vem mostrar que tem lindas asas,

E sabe voar,

De vagar,

E rápido demais,

A depender do que lhe interessa,

Me mostra onde é sua casinha?

Deixa eu te fazer companhia?

Mostra onde vocês fazem o Mel,

Tão doce,

Sagrado,

Puro,

Especial,

Não me deixa curioso,

Nem com a boca cheia d'agua.

Eu prometo não destruir sua casinha,

Só quero degustar,

Conhecer melhor.

Se mistura por entre as flores,

E já não posso te ver mais,

Preciso esperar,

Para te admirar,

Quando se colocar a voar,

De novo,

Quem sabe eu consigo te seguir,

Se não voar tão alto,

Ou rápido de mais,

Ao ponto de meus pés cansados,

Não conseguirem voltar,

Pra onde eu comecei,

A caminhada.

Abelha,

Amarela e preta,

Charmosa,

Se eu pudesse,

Te guardava na gaveta,

Na caixinha,

Ou na garrafa de manteiga,

Mas ali,

Você seria,

Só uma espécie,

Presa,

Restrita a satisfazer o meu bel prazer,

Egoísta,

Demais,

Para cuidar de alguém que possui asas.

Então voe,

Para além de onde meus olhos possam ver,

Para além de onde o horizonte pode revelar,

Para além das montanhas,

Pertinho do Luar,

Se tens asas,

Voe,

Descubra novos caminhos,

E me deixa aqui,

Sozinho,

Esperando você voltar,

Na esperança me trazer um pouco de mel,

Para aos meus lábios adoçar,

E que eu possa me alegrar com a sonoridade de sua voz,

Quando estivermos a sós...