A HISTÓRIA PEDE SOCORRO
Ao longo da história da humanidade, aqueles que buscaram e buscam encontram justificativas para fenômenos culturais, econômicos, sociais, estruturais, institucionais, ambientais e religiosos, em uma perspectiva regional, transnacional e mundial, focam em estudar a construção de movimentos em uma análise regressiva a considerar fatos e acontecimentos de maior impacto, ou mesmo perceptíveis e registrados sobre o passado que se evoluiu com o tempo. No entanto, esses movimentos apesar de se aprofundarem ao máximo, fizeram recortes ínfimos frente a todos os acontecimentos que aconteciam simultaneamente e que impactaram os resultados estudados. Assim também, observa-se quando atravessamos um olhar para os escritos do passado que brilhantemente abordam a análise do autor a respeito do tema proposto, podemos identificar um cenário de possíveis ou certos fatos relatados com base na pesquisa realizada ou mesmo por dedução que visam apresentar os motivos descobertos, todavia, muito embora os autores das obras escritas alcancem feitos extraordinários para a época é impossível esgotar todos hipóteses de incidência de tais fenômenos pela percepção unilateral do historiador, ainda que tenha embasamento e busque o máximo de solidez em outras ciências e obras, porém a pesquisa e a busca por referenciais é imprescindível para o convencimento e demonstração de credibilidade ao público leitor, em especial quando abrimos um leque de possibilidades do alcance da obra no espaço e no tempo. Deste modo, o autor, em que pese o autor, ao iniciar a pesquisa fixe um objetivo a ser apresentado, quando entra em contato com as obras e a pesquisa passa a ampliar mais ainda seu campo de conhecimento e assim, talvez, perceber o quanto seus motivos e inspirações são simplistas e obsoletos frente aos inúmeros efeitos que a pesquisa de campo lhe permite sentir, viver e experienciar.
Feitas as considerações acima, podemos concordar com a afirmação “...os historiadores dos Estados Unidos precisam prestar atenção à produção de conhecimento sobre a América Latina.” (Barbara Weinstein, 2015), haja vista que, o historiador estrangeiro para que alcance as verdades de fato a respeito do território internacional, precisa partir do pressuposto de que de dentro de suas casas, olhando apenas pela janela cheia de grades, somente é possível ver e de longe parte da rua, do bairro, da cidade, além de que o contexto social interno da casa e das experiências do autor lhe permite ver apenas aquilo que busca, sendo possível que se surpreenda com outros fatos, mas apenas se abandonar por mínimos instantes que sejam a ideia central. No entanto, maiores são as surpresas se observadas de perto e meticulosamente, respeitando o cenário cultural a que se está inserido, como também ao analisar um pedaço de tecido com bordas costuradas, pode-se descobrir este veio de um imenso cobertor, o que eu quero dizer é que, recortes são feitos com finalidades específicas de transformar o natural conforme a necessidade do pesquisar e que talvez ninguém nunca descubra que antes de ser um lenço de bolso aquele pedaço de tecido era parte integrante de um confortável cobertor, após o perecimento do restante do tecido. Sendo mais específica quanto a história transnacional e ausência da despretensiosidade ou mesmo apego ao objetivo, histórias e riquezas culturais não só brasileiras, mas da América do Sul e outro países dados como Emergentes e/ou de Terceiro Mundo, classificados somente pela economia, restam demonstradas as maiores características já degustadas e experienciadas pela humanidade, a criatividade e a independência do dinheiro, em consequência, adaptáveis ás constantes modificações da ciência, tecnologia e indústria, propostos pelo capitalismo sem perderem caraterísticas inerentes da cultura de seus povos, etnia, religião, grupo, ou seja de seu contexto social.
Fazendo um contra censo, a reflexão no vídeo de Douglas Murray, traduzido e divulgado no Youtube pela página Tradutores de Direita, cujo o tema é “Está a Europa condenada pelos Imigrantes?”, permite perceber que parte dos europeus, passados mais de quinhentos anos dos movimentos violentos de conquistas de territórios internacionais, propagação e imposição de sua cultura e maior centro de ataques entre países, estão preocupados com o que a transição de pessoas de um país para outro representa nos limites de suas fronteiras, sendo que, conforme o vídeo, o principal motivo é a busca por oportunidade de trabalho, como mais um dos reflexos do capitalismo no mundo, em consequência da falta de proteção dos indivíduos pelos governantes locais e da extração de riquezas naturais pelos europeus de países como a África do Sul e demais países do continente africano por longos anos, inviabilizando a oferta de bens e insumos a possíveis países parceiros comerciais
Nota-se que, quando se trata de sobrevivência, pessoas em maior situação de vulnerabilidade, utilizam-se da criatividade e encontram meios de adaptar as regras locais, assim verificamos na situação do Sul Africanos que imigram para a Europa, para aceitarem trabalhos que em grande maioria são recusados pelos nativos, no entanto, são beneficiados pela língua falada e escrita, que representa o canal de comunicação que mais se é valorizado nos tempos atuais. A língua é um referencial cultural que se tornou atualmente aspecto relevante dentre as exigências na contratação de mão-de-obra qualificada por grandes, médias e até mesmo pequenas empresas, a exemplo das línguas inglesa, espanhola e mandarim. Ocorre que, dentro do contexto social o reflexo destas exigências, sobrepondo a valorização nacional das características nativas e originárias dos empregados assalariados é catastrófico, como podemos verificar no estudo de parte da tese de livre-docência Tupis, tapuias e historiadores: estudos de história indígena e indigenismo, escrita por John Monteiro, onde relata que, nos estudos realizados diversos historiadores identificaram diversos aspectos de linguagem e hábitos das tribos estudadas, ignorados pelos historiadores antecessores, além de que nos escritos anteriores era possível identificar a ideia de que em algum momento da história da raça indígena iria se extinguir e os fatos e características a respeito dos nativos Sul Americanos eram sempre faladas no passado, como se não existissem mais.
Outro fator trazido pelo capitalismo que sufocou características culturais de diversos povos no mundo, foi o tão estudado por Karl Marx potencializador de resultados fabris no tempo, que desde o início dos ideias capitalistas e até os tempos atuais, ou mesmo, nos padrões ideais da indústria 4.0, que passou pelo Fordismo, Toyotismo, era tecnológica, entre tantos até chegarmos em 2021, onde após as reformas da legislação vigente, destruição do protecionismo da dignidade humana pelos governantes dos últimos anos nos deparamos com uma legislação trabalhista cheia de permissivos que permitem a dominação entre classes, supressão dos direitos, evidenciação de ideias políticas e partidárias. Para melhor exemplificar, o trecho do livro Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial, por Edward P. Thompson, em que diz "Conceitos como "preferência de tempo" e " curva da oferta de mão-de-obra de inclinação retrógrada" são, muito frequentemente, tentativas desajeitadas de encontrar termos econômicos para descrever problemas sociológicos.
Discorre o escritor Paulo A. Zarth, no trecho extraído do livro História da Fronteira Sul:
Além dos problemas decorrentes do processo de povoamento do território, o recente desenvolvimento da industrialização e urbanização gerou também o clássico conflito entre capital e trabalho, ou seja, os conflitos de classe típicos de uma sociedade capitalista. As lutas dos trabalhadores assalariados por melhores salários, condições de trabalho e moradia são protagonizadas por pessoas das mais diversas origens étnicas, lutando lado a lado por suas reivindicações. As grandes empresas industriais, por sua vez, tendem a se preocupar mais com a qualificação e treinamento da mão de obra dos seus empregados do que com as suas origens étnicas. Entretanto, os problemas de discriminação étnica no trabalho urbano ainda existem e podem ser compreendidos, em parte, pelo processo de formação histórica da região.
Em fortalecimento a necessidade do reconhecimento do conteúdo humano, social, político, econômico, ambiental, jurídico, técnico, científico entre muitas outras ciências na América Latina e Brasil, movimentos estão sendo realizados apartados e autônomos, como nos comentários feito em live no Youtube, pelos Professores Glauco Gumerato Ramos e Dhenis Madeira quando falaram sobre as conquistas jurídicas no trabalho dos intelectuais brasileiros e Sul Americanos sobre “Garantismo Processual”. Além de que, na América Latina, a Argentina, nossa vizinha e grande parceira comercial, tomou a frente na produção das vacinas contra o vírus COVID-19 disseminado no ano de 2020 e que devastou a população mundial desde então, chegando a marca de 500.000 mil vítimas que chegaram a óbito nesta semana e, atualmente o Brasil já produz a CORONAVAC em ritmo acelerado para imunizar rapidamente o maior número de brasileiros em um curto espaço de tempo.
Assim, só resta a todos os brasileiros, dentro de suas atribuições e possibilidades se unirem a estes movimentos que já iniciaram e carecem de bons corações dispostos a se empenhar na luta a favor da inclusão de todos na história e contra os movimentos desumanos que se perpetuaram ao longo da história de massacre das memórias de povos, comunidades e de uma nação inteira, fadados a viver e sobreviver das sobras a que são destinadas a estes, seja pela ausência de serviço público e de qualidade a todos, seja pela ausência do poder de aquisição atribuído aos salários hoje pagos a maioria dos cargos e funções operacionais e em consequência disto, vivem sempre em condições dominação e dependência.
CHEGA DE AMPUTAR PARTES DO CORPO HISTÓRICO DA HUMANIDADE, SOMOS MAIS DO QUE DIZEM, FOMOS MUITO MAIS DO ESCREVERAM SOBRE NÓS!



