Oh Tia Berê!
Fonte da imagem: https://dionisiodias.photodeck.com/media/39c6acfa-78b7-45a1-9f2b-fdf8e74ff2b7-cafe-no-copo-americano
Berenice chama Caio,
“Entra menino!
Lava a mão,
Limpa o pé,
Senta aí,
Vem comer bolo!”
Ele logo retruca,
“Não quero não Tia,
Tô com a barriga vazia,
Mas vou evitar a comida da senhora.”
Berenice espantada com aquela fala,
Que desfeita é essa de meu sobrinho,
Nunca nega meu bolinho,
Que faço sempre com muito carinho,
Com a barriga úmida de lavar a louça toda,
Tira um golinho de café da garrafa,
Num copo americano,
Senta na cadeira torta,
Começa a pensar,
“Isso é coisa de adulto,
Um insulto,
Quem faz isso?
Absurdo!
Colocar o menino com medo da comida da Tia...
Fiquei triste!”
Olhou para os ingredientes e começou a chorar,
Desolada por ser rejeitada,
Perdeu a fome,
Olhou pra cima e pediu ajuda a Deus,
Meu Senhor o que foi que eu fiz?
E na hora Deus respondeu,
Pela boca do próprio menino,
Colocou a cabeça na porta:
Oh Tia...leva mal não,
É que minha mãe fez uma horta,
Agora nóis vai come salada,
Todo dia,
A barriga fica mais rápido vazia,
Mas nóis preenche com uma frutinha,
Minha mãe separou a “dieta”,
Mesmo a contragosto nóis temos que seguir!”
Berenice começou a rir,
“Mas que ideia é essa da minha irmã?!
A essa altura proibir as crianças de comer doce e gordura?
Tem que mudar aos poucos,
OU deixar eles decidirem,
Vão ficar loucos!
Balancear,
Se não vai dar...”
“Tá bom Meu Filhote,
A Tia não vai brigar com você,
Nem ficar triste,
Mas quando precisar se esconder,
Pra comer,
Uma coisinha diferente,
Pode vir aqui,
A gente se entende!”
Ele saiu feliz,
Com aquela carinha de quem comeu o primeiro docinho,
Foi assim que ele resolveu,
Que toda vez que Caio quer comer alguma coisa,
Fora da rotina,
Que a mãe determina,
Ele vai na casa da Tia,
E se formou a relação,
De cumplicidade...
E omissão,
Pra Berenice foi traição,
Mudar a rotina,
Sem avisar ela,
E então ela deu seu jeito,
De “mimar” seus sobrinhos,
Com as delícias de sempre.



