AUSÊNCIAS...



 Fonte : https://www.alingua.com.br/fernando-pode-ganhar-o-mdb-e-carregara-um-corpo-sem-alma/

 

A distância dói,

Se distanciar daqueles que não iremos ver mais,

Abraçar...

Dói,

Mas a distância espiritual daquilo que forma nossa essência,

Dói mais ainda,

Me recuso me distanciar de mim,

Me recuso dizer adeus aquela que não é donzela,

Quando donzela é UM MODELO CRIADO,

PARA SATISFAZER OS INTERESSES DO PASSADO,

ASSOMBRADO,

CHEIOS DE CORRENTES,

E CINTOS,

DE CASTIDADE!

Me recuso ter que se curvar a falsos reis,

A regras não explicitas no papel,

Me recuso me distanciar de tudo o que vivi,

Pelo que veem em mim,

Não sou melhor do que ninguém,

Pior MUITO MENOS!

Mas sou do que ontem,

Pois ontem não tive tempo de olhar no espelho,

Da alma,

E ver me reflexo invertido,

Mas perceber que meu umbigo,

Está ali,

Onde deveria estar,

Me reconheço e não esqueço,

Da ampla plantação que me espera,

Cada sementinha que semeei,

Vou colher e compartilhar,

Assim como aprendi com o Rei,

Mestre verdadeiro,

Um sorriso,

Um abraço,

Um gesto,

Uma palavra,

Semeadas em solo fértil,

Há de germinar,

Crescer,

Florescer,

Frutificar!

Posso também usar parte deste terreno como abrigo,

Para morarem comigo,

Todos aqueles que não tem teto,

Nem afeto,

Nem empatia,

Ou mesmo a minha colega,

Que precisa pagar aluguel,

Mas só se ela quiser!

Se despedir é um ato que nem todos gostam,

E deixam de fazer,

Quando tem oportunidade,

Mas quando estamos distantes,

Queremos que o tempo volte,

E nos permita,

Abraçar,

Falar,

Escrever,

Uma carta,

Ou um bilhete...

Dizendo sentimentalidades,

Que queimam em nossos corações,

Aquele adeus que faltou,

Aquele adeus que nunca mais iremos dar,

Aquele adeus que nem mesmo as oportunidades mais remotas,

Permitirão que nos aproximemos,

Para realizar,

Este ato,

De fato,

Consumado.

Já senti na pele,

Algumas vezes,

A dor por não estar lá,

Presente,

De corpo,

Para olhar nos olhos amedrontados e poder confortar,

A passagem para outro mundo,

É um misterioso trajeto,

Que não sabemos se e quando voltar,

Quem aqui está que aproveite,

E beije,

E ame,

Antes que as lágrimas derramem.

Já chorei pois me nas aventuras da vida,

Me deparei com terríveis caminhos e destinos,

Que não compartilhei com meus amigos,

Por me subjugar com olhos alheios,

Impregnados sobre mim,

Como uma câmera que vigia minha face sem fim.

Longe, longe da minha casinha,

Esteve minha alma,

Não tive tempo de me despedir,

Mas depois que encontrei,

Jamais arriscarei abrir a porta a qualquer estranho,

Que se passe por quem não é.

Tudo parece desconexo,

Mas quem se despede de alguém que não queria,

Perde uma parte de si,

Que pensava que tinha,

Mas que foi levada,

Para o outro lado,

Como uma mala,

Cheia de roupas,

Que tive de desapegar,

Sem me preparar,

Só pude chorar,

Me acalmar,

Sair do lugar,

E me reencontrar,

Como é ruim dormir na rua,

Como é ruim dormir em lares que não é o seu,

Como é ruim não ter lar,

Mas pior ainda,

É estar onde não quer,

Só para agradar,

Ou mesmo por um BEM MAIOR.

E assim a gente se vira,

Mas não se perde,

Nossa história de vida inspira,

E também reflete,

Em outras,

E temos que fazer as nossas escolhas,

Aceitar as consequências e abraçar as circunstâncias,

De tantas mudanças,

De tantos adeuses...

Não dados.


A galera tá curtindo mais esses aqui...