A vida infeliz ou a morte?

 

Quando passo a refletir sobre o significado e conceito de vida, início uma reflexão intensa sobre minha própria vida e existência, como pessoa, alma, mulher, cidadã, filha, irmã, aluna, enfim, quem sou? Do que, por que e para que vivo? E quando digo morte, me refiro a morte da alma e não morte do corpo físico. Mas viver sem alma? será que é possível?

Mergulho em meus pensamentos e percebo que sempre vivi por trás de um véu fino e escuro que poluiu minha visão, impedindo-me de enxergar a realidade, mas, podia senti-la, mesmo que não poderia comprovar, intuitivamente eu sempre soube que havia uma certa superficialidade na minha rotina e nas pessoas ao meu redor, que corriam atrás de sonhos inalcançáveis, tão somente pela incapacidade de encontrar caminhos para seguir adiante, incapacidade a qual nos obriga a tomar doses cavalares e diárias de venenos que nos cega e imobiliza mais ainda, como quando dizemos que somos incapazes de mudar em detrimento do que somos, ou mesmo quando fazemos ou deixamos de fazer algo puramente porque alguém disse que deve ou não fazer.

Neste cenário, não há necessidade de criar armadilhas e nem se preocupar em investir em algemas ou prisões, pois nestas, os presos são voluntários e assim sendo, são conduzidos ao mais profundo poço, que arquitetado e desenvolvido para nos fazer cavar ainda mais fundo, alcançando limites inexplorados, como muito bem ilustrado no filme O Poço. Pois a medida em que, voluntariosamente agimos sem colocar os valores inerentes da alma, que todos possuímos, passamos a ser aqueles mesmos zumbis de The Walking Dead ou de Guerra Mundial Z, ou mesmo os “Bolsas de Sangue" do filme Mad Max. 

Será que é tão difícil assim nos desprendermos dessas ondas de manipulação em massa?

Acredito que sim, porque ao passo que vou me libertando de alguns conceitos retrógados para mim, vou me prendendo a novos conceitos, retrógados para outrem, até estar completamente rodeada de conceitos e não ter vontade alguma de segui-los. 

E essa tal LIBERDADE a qual a vida pertence, estamos mesmo caminhando em sua direção?

Eu, ao menos tento, todos os dias identificar meus pensamentos para que não esteja de alguma forma agindo impulsionada por ondas momentâneas de comportamento humano em massa, contrariando meus princípios, ou mesmo em detrimento a esta suposta onda, mas não é uma tarefa fácil. Muito embora eu me esforce ao máximo que consigo, ter uma consciência ativa full time é extremamente difícil e cansativo, o que tenho feito e está dando muito certo, é alinhar as minhas decisões mais importantes  e impactantes, que dizem respeito ao coletivo, de tal forma que estejam em plena sintonia, a minha alma, minha mente (o consciente e o subconsciente) e as minhas necessidades físicas, visto que, viver e fazer aquilo que é contrario aos nossos princípios é um dos maiores sinais de morte da alma.

Gostaria de ser mais clara com minhas palavras, mas não é possível que eu atinja a finalidade a qual me propus sem haver uma vasta complexidade de compreensão no que escrevo, e também na ausência de um único seguimento do que escrevo, pois como eu disse, este blog representa as ideias e pensamentos de uma jovem-mulher de 29 anos que em muitos cenários viveu, e não um blog comercial, político, histórico, poético, religioso ou científico, muito pelo contrário, é tudo isso junto. Não quero limitar os temas aqui escritos, quero ampliá-los aos limites dos meus pensamentos a serem narrados.

Em continuidade, gostaria de deixar claro, que muitos desses meus pensamentos vão se formando ao longo de anos, assim como acontece com qualquer pessoa comum, que vai experienciando muitas coisas e criando suas próprias convicções sobre tudo, nas mais profundas conexões neurais de minha mente criativa.

E se perceberem, tudo isso parece muito chato, ficar se autoanalisando parece muito exaustivo e infeliz. Acontece que, para mim é assim que enxergo valer a pena viver, como disse Clarice Lispector no poema Caminho do Amor, intensamente, verdadeiramente, inteira e alinhada, como um estado de plenitude de meu espirito na busca incessante de manifestar aquilo de melhor que há em mim!

E para mim a felicidade é representada pela retidão de minhas ações com minha alma, seja ela expressada em uma dança, um texto, um abraço, um socorro, uma informação técnica ou qualquer outro que represente a grandiosidade do AMOR que me forma, em cada célula, órgãos e reações químicas de meu ser.

E caso eu esteja desinteressada em fazer esse exercício diário, só me restam duas opções a vida infeliz ou a morte de minha alma.

Para não ficar muito cansativo, vou deixar para a próxima postagem a continuidade desse texto.

 


A galera tá curtindo mais esses aqui...