A vida numa garrafa de manteiga


Tampa!
Põe a rolha!
Tô sufocada!
Tá tudo meio turvo pelo vidro!
Ainda bem que estou aqui, “segura”.
Longe disso tudo vivo em paz!
Sem mais!
Quero sair! Socorro! Me tirem daqui!
Que vazio.
Que monotonia.
Preciso viver e conhecer!
Não quero morrer!
Abre essa rolha! Preciso de ar!
Preciso do mar!
Que garrafa apertada!
Aqui não cabe nada!
Nem eu e nem meus sonhos,
Quem dirá meus planos...
Nem sei se cabem no universo!
Só sei que preciso tentar!
Executar!
Errar!
Perder!
E ganhar!
Percorrer minha estrada,
Sem me sentir culpada,
Sem me arrepender do que não tive ou vivi,
Por ter saído daqui!
Lugarzinho apertado!
Abafado!
E molhado!
“Aff quanto ADO!
Sem esquecer de dizer que é gelado.
No acolchoado me conforto e morro,
Cada dia um pouco,
Deixo o velho para traz,
E o que não serve mais!
Na mala leve,
Levo o amor, a coragem, a juventude e a paz,
Eu vou a pé.
Eu vou com fé.


A galera tá curtindo mais esses aqui...