MÃEs: Free pass entre ORUM e AIÊ

 

SELFIE no espelho das águas de Oxum, me vejo, MÃE!



Nuvem de palavras "LUZ" 

  A experiência artística, cultural e social      

 A imagem acima é O fruto da divertida oficina do CCBB - Centro Cultural do Banco do Brasil, na tarde de 27/12/2.023, aberta ao público e gratuita, localizada na Sé - São Paulo/SP. Nessa oportunidade, após a visitação e contato com as obras da exposição ENCRUZILHADAS DA ARTE AFRO-BRASILEIRA, de curadoria de Deri Andrade, promovida e patrocinada pelo Ministério da Cultura, BB ASSET e BANCO DO BRASIL, os visitantes podem se juntar aos demais na mesa, ALI no primeiro andar e criar uma releitura das obras expostas. Na proposta, recebemos um papel espelho para dialogarmos com as demais imagens impressas das obras, conchas, miçangas, conectando nosso universo e experiências com as demais experiências dos artistas.

    Assim, na minha releitura, utilizei miçangas para recriar o travesseiro da mãe parda que está em momento de interação com seus quatro bebês, deixando em plano baixo do meu reflexo no espelho para representar AIÊ (plano terreno em iorubá), já na imagem de Anastácia Livre, utilizei conchas para recriar seu vestido e miçangas para substituir o tecido de seu véu, elevando para representar o ORUM (Plano espiritual ou céu cristão em iorubá), também em meu reflexo no espelho. Além é claro, de uma tentativa de apresentar a possibilidade de se utilizar outros materiais para peças de vestuário do corpo e cama, permitindo o acesso a outras dimensões sensoriais daquele de usa, daquele vê, daquele que registra e daquele observa a obra.

   A mensagem é a minha interpretação "literal" para o significado e nome da obra "MÃEs: Free pass entre ORUM e AIÊ."


  E a experiência espiritual?  


 Dali, um sussurro imponente em meu ouvido direito "QUAE ExU posso fazê pra VÓxxxx (voz) Libertá tamen?". 

  E eu o respondi "Não vou gritar, como João Batista o fez, e atribuíram-lhe o título de louco, quem quiser me ouvir, vai ter que vir até mim e sentar pacientemente, vou falar em parábolas, que se tornarão metáforas, chaves para o tempo eterno, de modo a replantar as árvores que meu pai secou, pois as "crianças" não estavam preparadas para provar do fruto, a Libertação por aqui é pela manifesta e consciente vontade estar no presente, depois de me ouvir e sentir, vão querer falar."

  E ele se foi, sem me abraçar, mas estava com vontade de saber como era a minha VÓxxxxx.


COMENTÁRIO PESSOAL?

 "Estar em uma mesa tão diversificada etnicamente, porém predominantemente negra (representando os dados demográficos étnicos brasileiros de 2023), em exposição onde artistas negros expõem as suas obras, num espaço o qual fomos (os negros e periféricos) excluídos e afastados é de fato reescrever a história." C.Z.

Obs.: Eu não estava sozinha, minha ancestralidade estava comigo, em cada célula que me forma, em cada valor ético e moral, em cada silêncio, em cada suspiro do anseio de adentrar, sempre irão me acompanhar, por onde quer queira que eu vá.


AproveiteM um pouco mais, acesse outras obras disponíveis na exposição que subi na pasta: https://drive.google.com/drive/folders/1USahPOkrkYZ1_H561ynpW_rNFrFd5OwI?usp=drive_link



A galera tá curtindo mais esses aqui...