Um pedido de resgate
A sonoridade das cigarras e dos grilos,
Me fizeram deslocar para o fundo,
Lá onde ninguém mais quis pisar,
No lado oculto do mundo.
Onde só a luz da Lua pode visitar,
Num cantinho aquecido pela musicalidade,
No conjunto artístico das árvores, ventos e folhas a
farfalhar.
Ali tudo é permitido, tudo posso.
Não tenho vergonha e nem medo de ser quem sou,
Me sinto livre para fazer o simples,
Andar, dançar, meus cabelos mudar, me vestir e me mudar.
Sou só eu, a terra úmida, o cheiro de mato,
Não tem ninguém pra me chamar de louco ou chato,
O passado dos meus não me persegue mais,
Lá eu tenho um pouco de paz.
Eu não quero fingir, quero poder sentir,
Sorrir, voar, cair e levantar,
E só seus lindos olhos negros podem me tirar de lá,
Colorir e me fazer reagir,
Na sua pureza com tanto charme e beleza.
Não tenha medo, já não é mais um segredo,
Seus poderes transcendem o inexplicável e tudo o que temiam
estar por vir,
A Esperança já não está mais na balança,
Agora tudo já pode sorrir,
Como ti, minha doce criança.
Não entenda isso como covardia,
É só meu jeito ou mania que ousa expressar que estamos na
mesma sintonia.
O que é incrível pensar, pois nem estamos no mesmo lugar,
Sob a Luz do Luar.
Tu que se permite receber tanta luz do Sol,
E eu um peixe no Anzol,
Que daria tudo para sair daqui e no seu Aquário mergulhar,
Te Amar,
Sem se importar com o que iriam pensar,
Pois só tu me devolveste a sensibilidade e a consciência leve.
Tire as pedras do seu caminho,
Que construí com tanto Amor e Carinho,
Mesmo sem querer e perceber conectou eu a você.
Que pensava ser um louco e estar sozinho,
Parecido com um E.T. sem respostas para tantos porquês.



