O que você vê?
Em tempos de pandemia, cobrir o rosto e deixar somente os olhos a mostra, não é algo muito confortável, mas necessário, que apesar das saudades que sinto de ver os sorrisos, percebo que os olhos ficam ainda mais atentos e vibrantes, ao ponto de ser perceptível, por bons olhos a alegria do outro.
Mas...
Você sabia que muitos olhos te observam?
Sabia que o tempo todo as pessoas notam em ti alguma coisa semelhante ou diferente do que são ou têm?
Pois é, isso não é uma novidade, ainda mais para aqueles seres dotados de visão ocular, uma tal habilidade que os corpos humanos desfrutam em abundância.
Ocorre que essa prática é utilizada para muitos fins, tantos quanto vem a mente do observador, alguns usam esse dom para ver, já outros querem mesmo enxergar, alguns usam para ver um detalhe, outros usam para ampliar o que já fora visto, alguns usam para amaldiçoar, outros para abençoar, uns para criticar, outros para apreciar, e estes mesmos usam para outros diversos objetivos com os mais variados motivos.
Um detalhe percebido pode solucionar uma investigação, ou a concluir. Um quadro pintado por vistas privilegiadas pode retratar a outros o que estes não puderam ver, com olhos empobrecidos daquele tal brilho da alma apaixonada de um artista. Do mesmo modo, a visão limitada de uma pessoa mal intesionada pode fazer com que uma pessoa cheia de qualidades e defeitos, seja vista somente com defeitos.
Como também, ao nos colocarmos a observar um ambiente, repleto de vida, seja ela humana, animal, vegetal, espiritual podemos identificar refletido ali, muitos aspectos internos de nosso ser, seja este mental ou energético. Ver a beleza ali ou acolá, naquele ou neste, nada mais é do que a forma com que estamos vendo a nós mesmo quanto alma. Olhar aquilo ou aquele e achar que está lhe faltando algo, muitas vezes está relacionado com a nossa visão simplista a respeito do que é estar bem. Em outros textos já havia iniciado essa reflexão e me posicionado de tal forma, que compartilho as minhas crenças e ensinamentos que recebi ao longo da minha trajetória terrena.
Poder enxergar não é só um sentido, mas sim uma dádiva, doada desde o nosso nascimento, e a medida em que vamos nos moldando para nos encaixarmos em muitos universos nessa experiência terrena, acabamos por nos transformar em pessoas com visões condicionadas a ver somente aquilo que nossa alma está recebendo de nós mesmos. O que é que fazemos com nossa alma para que possamos enxergar além do aquilo se manifesta na matéria, enrijecida e aparentemente superficial?
O enxergar é ir além, é ver a nós mesmos, quanto unidade, interligados pelo fio do Amor eterno, no espelho da alma, que é aquilo que estamos vendo diante de nossos olhos, ou mesmo, uma forma de nos alertar que estamos necessitando recalcular a rota, mudar, complementar um conceito, ser mais humano, estar em contato com a natureza, abraçar um amigo, limpar a alma daquilo que depositaram em ti e não é seu, como raiva, rancor e frustrações.
Os olhos não apenas os portais da alma, ELES SÃO OS PORTAIS DA ALMA, e isso é a coisa mais linda que pudemos identificar em nós. Um olhar que dá esperança, um olhar que se conecta, um olhar que exala a amor, um olhar que vê o Amor, um olhar que se apaixona pela vida, eu deixo os céticos na loucura da descrença da existência da alma, por que eu vou ficar com magia de um olhar e uma visão transformadora.
Que sejamos aquele que veem o diferente e ama aquilo que vê, ao se reconhecer não igual quanto forma e conteúdo, com lugar próprio e único no universo, aqueles que ao ver ama a si mesmo, para que o amor seja emanado pelos raios vibrantes em nossas pupilas, que sejamos aquele é encantado pelas formas naturais por identificarem a perfeição em si mesmo retratada nas ondas, na praia, nas pedras, nas árvores, no pássaro, na borboleta, nos bichinhos que rastejam e nos que voam, nos que andam e nos pulam.
Cuide do que tem dentro, para que o que tem fora fique mais bonito. Isso não é feitço, é AMOR, AO PRÓXIMO E A TI!
