LIVROS, LIVROS, LIVROS

 



 

Eles são tão apáticos e silenciosos,

Tão materiais e estáticos,

Tão rígidos e “inúteis”,

Tão quadrados e sem vida,

Ficam parados ali,

Se ninguém os organiza sumirão,

Não só pela linguagem, mas também pela tecnologia da informação.

SÓ QUE NÃO!

Aquele que nunca abriu um livro não sabe o que é voar,

Em qualquer lugar,

Se tele transportar para dimensões que o tempo trancou,

Com as chaves secretas de Cronos,

As dimensões de onde vieram as palavras,

As gravuras e todas as criaturas flutuantes,

Transformadas em relatos, em histórias,

Loucuras teorizadas e metaforizadas,

Um prato cheio?

 Não não, um banquete, daqueles que podemos escolher,

Conforme nossas escolhas gustativas,

Das nossas ideias,

VIVAS!

Que nos acompanham pela eternidade,

Transformando tudo aquilo em criatividade,

Só no contato com a capa, com a contra e o prefácio,

Até virem os pratos principais,

Cada página se equipara a um grão de arroz,

Quando nos damos conta,

Um capítulo já se foi,

E a gente nem chegou nos acompanhamentos e na guarnição,

Dá vontade até de sentar no chão,

Mesmo estando no lotado do busão,

O corpo relaxa,

E a pupila dilata,

Os olhos querem mais,

A boca nem abre, a respiração sincronia e lá dentro da cachola a gente quer mais.

Tem umas leituras que são amargar,

E adoecem a alma de tomar conhecimento,

Mas é bom para sabermos os perigos daqueles que acessam os portais que o Cronos trancou e não autorizou a entrada,

Eles ficam lá,

Não podem voltar,

E aí veem tudo com olhos que normalizam o ato imoral, antiético, ilegal, irracional, perverso e aterrorizante,

Eles não voltam mais,

E aí cometem atrocidades que são compartilhadas,

Alguns até acessam através destes e escrevem histórias, contos, filmes,

Tudo para contar para alguém,

Que seja um leitor,

Mesmo que aquilo cause tristeza e dor,

Mas ao menos contam e compartilham o fardo do saber sozinho,

Fazem um prato lindo mas que é cheio de maldição,

Do mal dizer,

Para alguém ler.

Superado isso,

Vamos falar do feitiço,

Tem uns livros que só de olhar já te levam para outro lugar,

Não tem mapa para voltar,

Nas páginas não há explicação de como fazer para retroceder para o futuro,

Se você não tiver uma bússola ele te prende,

Ou um amigo que te busca.

Só fica a alma lá,

Mas o resto está aqui,

Aí você vai ouvir umas vozes,

Parecendo que tem mais pessoas do seu lado sem ter de verdade,

Tem gente que consegue comer um banquete sozinho em um dia,

Alguns demoram uma semana,

Um mês,

Um ano,

Outros comem um pouquinho,

Só degustam e não curtem,

Voltam a consumir daquilo que estão acostumados.

Sim, de fato olhando de fora tudo é como almeja parecer ser,

Tipo uma omelete,

Que você olha e não se interessa muito,

E ao dar a primeira garfada sente um sabor absurdo,

De tudo o que colocaram ali,

Então come mais uma,

E mais uma,

E mais uma…

E depois passa amar esse gênero, mesmo que por fora não pareça ser tão apetitoso,

Tanto quanto um bolo,

Cheio de recheio e frutas,

Uma cobertura para deixar qualquer pessoa maluca,

Mas vai provar…

Muito doce!

Tanto que até amarga o paladar,

Com narrativas desnutridas de intensidade,

Nem rasas chegam a ser.

Outros são como aquela torta de frango enorme,

Que inteira de uma vez e em um dia não se come,

Come uma fatia e guarda,

Digere,

E come mais um pouco depois.

Outras obras literárias são aquele pote de legumes e ovos em conserva,

Que vai guardando para a melhor hora,

Mas come um ou dois,

E depois tem mais,

Pra não azedar o sangue.

Tem aqueles brigadeiros,

Chocolate no melhor ponto e o leite condensado na medida certa,

Outros são a festa,

A viagem,

A pesca,

Ou sessão de massagem.

São a reza,

O culto,

O ritual,

A homilia,

A pregação,

Ou gira.

São a celebração,

A apresentação,

O primeiro beijo,

A ficada,

O término e a reconciliação.

São aula,

São a prática esportiva,

A rotina administrativa,

Contábil, acadêmica ou jurídica.

São as práticas de marketing ou comercial.

São o passeio a praia ou acampamento na margem do rio.

São o amor,

O ódio,

A paixão,

A melancolia,

A aventura,

O terror e horror

Ou o tédio.

Visitas a outras realidades,

Onde tudo é possível,

Desde que esteja escrito e lido,

E com esses atos duas mentes e almas se encontram na realidade multidimensional,

Protegida por uma capa e poeira,

Nas vitrines ou nas prateleiras,

De uma biblioteca qualquer,

Esperando o sortudo ser atraído pelos habitantes de lá,

Para abrir o livro,

E adentrar naquele lugar onde o autor esteve e captou tudo o que pôde,

Transformou em letras, palavras, gravuras e músicas,

Sobre aquilo que viu,

E o leitor vai além,

Pois esse é seu papel,

Expandir o universo da realidade do livro,

Quando cria uma ponte com a sua,

E leva todo mundo de lá para cá,

Sem precisar pagar passagem,

Mas não pensem que acessar outras dimensões não tem custo.

TEM SIM.

Apesar de estarem despreocupadas com o preço,

E o fato de o subconsciente informações armazenar,

E em arquivos trancar,

Quando ele quer e porque quer ele solta tudo,

Aí a gente pira,

Não consegue saber o que real daqui ou real do livro,

E de qual livro,

É esquisito,

Mas tem arquivo que guarda e é muito acessado,

Da pra saber quem disse assim ou assado,

Geralmente não é assim,

A gente afirma coisas que nem lembra a fonte.

E está tudo bem,

Só não digam que foi tú que inventou aquele conceito,

Ou mesmo tente negar o que levou anos, eras ou muito recurso e estudo para provar.

E mesmo que a nuvem tente armazenar todo o conteúdo de todos os livros,

Vai ser tantas ondas de raios tóxicos para UPar,

Que o pouco de pessoas que restarem no mundo,

Vão todos em uma ala de hospital morar,

Em bolhas tentando aproveitar o pouco que resta,

Dessa festa de dados flutuantes,

Muitas toxinas,

Assim como nas intenções de implantação geral do 5G,

A gente não vê por aqui mas o corpo sente,

Um livro é mais leve do que a humanidade toda doente,

 E aliás, não cabe tudo na NUVEM,

Gente, livro, leitura, sonhos e realidades paralelas.

A galera tá curtindo mais esses aqui...