A poética me procura...

 

     Foto: Manhã de domingo no Parque do Carmo - SP



Se a poética saísse apenas de minhas entranhas,

Estranhas seriam suas manifestações,

Se a poética se manifestasse somente daquilo que imperceptível aos olhos é,

Poucos leitores eu teria,

Ou nenhum.

Difícil é saber de onde ela vem,

Ou quanto tempo vai ficar,

Quando aparece sem avisar,

Sem ensaios,

Mas ela vem de algum lugar,

Pode se conectar com o mar,

Com o gracejo da Carmelita,

Com o sopro do vento atento,

Ou mesmo com aquele facho de luz cósmica de outras galáxias,

Mas ela vem!

Abrir a porta para que entre em meu ventre,

Transforme sua existência em palavras,

E nestes signos faça morada,

É o que faz de mim sua amada.

Eu não rastreio a sua origem,

Tanto porque eu vou me surpreender,

Pois ela nem sempre aparenta ser quem é,

Se apresenta,

Se transforma,

Se estrutura,

E transforma,

A “loucura” em racionalidade, para todas as idades.

A galera tá curtindo mais esses aqui...