No secreto, o silêncio
A dança da Loba,
A meia noite começou,
No reflexo da luz da lua,
Por águas calmas do riacho,
É por lá que eu me acho,
Ou me encontro,
Um pouco tonto,
Com tanta magia e beleza dessa menina,
É certo que ela se esconde,
E só se mostra para aqueles que não temem sua presença,
Tampouco desejam a competição.
Ou se desejam,
Ela se retira,
E a meia noite,
Ela dança sozinha,
Dança para si,
Dança pois sabe nunca está só,
A geografia nos dá pistas,
A história nos situa,
A letra nos registra,
Mas é lá no fundo escuro da floresta que a gente se
encontra,
Lá não há barganha,
Ninguém se acanha,
A Loba está deslumbrante,
Cada um que chega se sente em casa,
Para a dança,
E afinal que dança é essa?
É aquela dança que o tempo não vê,
Por estar preocupado em fazer contas,
E por isso é tudo "escondido",
Colorido,
Alguns ventos sobrevoam,
Mas não conseguem perceber que não se trata do que ele vê,
Mas sim, do que a gente sabe esconder,
Por que nem tudo é matemática,
Ou gramática.
Acharam a Loba apática?
Pois bem,
É porque ela não se sente à vontade para se conectar a
vocês,
E por isso não veem,
A verdade,
Por trás das transfigurações que ela pode expressar.
E se no fundo dos olhos ela não os deixam olhar,
Não significa que ela é metida, está mentindo, é autista,
Ou está esperando a volta da ametista,
Para o fundo de sua bolsa,
Não se faça de sonsa,
Seja sincera,
Quem me dera,
Vocês não temem a fúria de suas amigas Quimeras?
Tudo bem.
Só não insista,
Em fingir que não pegou,
Ou tentar arrumar uma patologia,
Porque a Loba segue em paz,
E sua dança só acaba quando a água para de correr,
E para,
É SÓ VOCÊ,
ANIMAL,
LIMITADO,
LENTOOOOO,
Que não consegue ver.
E lá na dança,
A coruja sábia vira criança,
As aranhas tecem uma balança,
E uma trança,
Para o bailado,
Divertido e querido,
Não precisa temer,
Só chega lá quem é AMOR,
Se solte,
E dança com o coiote,
As cobrinhas ganham asas,
As roedoras perdem as suas garras,
E a onça suas presas,
Recuperam tudo depois,
Mas na hora da dança não tem nada que vai machucar,
Recebemos visitas de outros portais,
Como ninfas, faunos, fadas e animais “míticos e místicos”,
Alguns mamíferos gigantes,
Parentes do elefante,
Que na Terra não “nascem” mais.
E querem saber,
A Loba sempre foi uma ótima Anfitriã,
Não precisou dizer uma só palavra,
Só deixou que sentissem e se aproximassem,
Os convidados de verdade, foram selecionados,
Pela energia dela,
Ego alto, alma fraca,
E nessa dança não conecta,
Está certa!
E lá dançando, após os primeiros movimentos, é que se
percebe o som,
E este, serve de tapete, para os pés dos dançarinos e
convidados.
E antes que o Sol os ilumine com seus raios,
Se vão,
Cada um para a sua dimensão,
E aqui na Terra,
Retornam a sua limitação de equilíbrio do ecossistema.
E o tempo,
Passa que nem percebe,
Que a Loba o conhece mais do que ele imagina,
E eu,
Volto a virar uma formiga macho.



